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A Inteligência Artificial (IA) está reformulando profundamente o mundo do trabalho. A automação, o aprendizado de máquina e outras tecnologias baseadas em IA têm o potencial de transformar tarefas rotineiras e até substituir funções inteiras, impactando diretamente profissões tradicionais.

Diante disso, o setor de Recursos Humanos (RH) assume um papel estratégico ao preparar as organizações e seus colaboradores para essa transição.

Este artigo explora os impactos da IA nas profissões, os desafios enfrentados pelas empresas e as soluções que o RH pode implementar para capacitar seus talentos e construir um ambiente adaptável à nova realidade.

 


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Reskilling e Upskilling: O Futuro do trabalho e o desenvolvimento profissional.

 

celular na mão aberto na página de Deep Seek

 

A revolução da Inteligência Artificial

A IA está presente em diversas áreas do cotidiano corporativo, desde sistemas de recrutamento automatizados até algoritmos de análise de desempenho.

Essa revolução tecnológica permite otimizar processos, aumentar a produtividade e reduzir custos.

No entanto, também levanta preocupações sobre a obsolescência de cargos tradicionais e a necessidade de requalificação dos trabalhadores.

Empresas de todos os tamanhos estão buscando maneiras de integrar a IA de forma ética e eficaz, equilibrando inovação com responsabilidade social.

 

Profissões em risco de extinção

Os setores que envolvem tarefas repetitivas, previsíveis ou altamente estruturadas são os mais vulneráveis à automação.

Isso inclui indústria manufatureira, logística e transporte, atendimento ao cliente, finanças e contabilidade, serviços administrativos, jornalismo e redação básica, diagnóstico médico por imagem (em estágio inicial), além de setores bancários e de seguros com alta automação de processos.

Entre os exemplos de profissões em extinção estão operadores de telemarketing, substituídos por chatbots; caixas de supermercado, por sistemas de autoatendimento; contadores de entrada de dados, eliminados por softwares de automação; motoristas de entrega, com o avanço dos veículos autônomos; agentes de viagens, reduzidos por plataformas online; auxiliares administrativos; analistas financeiros de baixa complexidade; redatores técnicos e jornalistas que produzem conteúdo repetitivo; técnicos de diagnóstico por imagem e corretores de seguros.

Até mesmo recrutadores que atuam de forma mecânica podem ser substituídos por softwares de triagem automatizada.

 

pessoa usando cartão no caixa para efetuar pagamento

 

Análise das competências necessárias

Embora a IA tenha grande capacidade de análise e processamento, ainda existem habilidades humanas que continuam insubstituíveis.

São elas: pensamento crítico, inteligência emocional, criatividade, ética e julgamento moral, comunicação interpessoal, liderança e tomada de decisão sob incerteza, resolução de conflitos e empatia. Essas competências tornam-se ainda mais valorizadas na era digital.

Diante de um cenário de transformação constante, o aprendizado contínuo se torna essencial. Além disso, os profissionais precisam desenvolver uma mentalidade de adaptação, estar abertos ao uso de novas tecnologias e buscar requalificações com frequência.

O RH pode incentivar isso com planos de desenvolvimento individual, acesso a plataformas de cursos online, programas de mentoria e apoio à formação acadêmica e técnica.

 

O papel do RH na transição profissional

Nesse processo, o RH desempenha um papel fundamental ao identificar talentos e habilidades dentro das organizações.

Com isso, as ferramentas analíticas e avaliações de perfil auxiliam na criação de trilhas de desenvolvimento personalizadas, mapeamento de competências e planejamento de realocações.

A requalificação (reskilling) e o aperfeiçoamento (upskilling) são estratégias-chave. Parcerias com instituições de ensino, programas internos de capacitação técnica, workshops sobre habilidades interpessoais e apoio a formações técnicas são algumas das práticas recomendadas.

 

supervisor de telemarketing conversando com atendente

 

Identificação de talentos e habilidades

O RH deve adotar ferramentas analíticas e avaliações de perfil para mapear as competências existentes nos times. Isso permite:

  • Identificar colaboradores com potencial para migração de funções
  • Avaliar lacunas de competências
  • Criar trilhas de desenvolvimento personalizadas

 

Programas de requalificação

A requalificação (reskilling) e o aperfeiçoamento (upskilling) são estratégias fundamentais. O RH pode implementar:

  • Parcerias com instituições de ensino e plataformas de e-learning
  • Programas internos de capacitação técnica em tecnologia e dados
  • Workshops sobre habilidades interpessoais e gestão da mudança

 

Para profissões afetadas pela IA, o RH pode criar trilhas específicas. Veja alguns exemplos de caminhos recomendados pelo RH para profissões afetadas:

Operadores de telemarketing → Treinamento em atendimento digital, suporte via chatbot, social media.

Caixas de supermercado → Capacitação em operação de sistemas de autoatendimento, atendimento omnichannel.

Motoristas de entrega → Requalificação em logística digital, manutenção de drones ou veículos autônomos.

Contadores e auxiliares administrativos → Treinamentos em análise de dados, compliance e ERP avançado.

Redatores técnicos → Formação em storytelling de dados, conteúdo multimídia e curadoria de IA generativa.

Técnicos em diagnóstico por imagem → Capacitação em interpretação avançada, apoio ao médico e operação de IA clínica.

Agentes de viagem → Redirecionamento para curadoria de experiências personalizadas com apoio de tecnologia.

Corretores de seguros → Formação em análise preditiva, uso de plataformas digitais e customer success.

Recrutadores tradicionais → Desenvolvimento em people analytics, entrevistas comportamentais e employer branding.

 

Estratégias de suporte aos colaboradores

O RH também deve estabelecer núcleos de aconselhamento profissional, ajudando colaboradores a identificar seus interesses e potencial, além de sugerir caminhos de transição e metas realistas.

Por isso, é fundamental criar um ambiente que valoriza o aprendizado contínuo, reconhece o esforço e promove o compartilhamento de conhecimento é essencial para uma cultura inovadora.

 

Aconselhamento e orientação de carreira

O RH pode estabelecer núcleos de aconselhamento profissional para:

  • Ajudar colaboradores a identificar seus interesses e pontos fortes
  • Sugerir caminhos viáveis de transição
  • Apoiar a definição de metas de carreira alinhadas às mudanças tecnológicas

 

reunião de colegas de trabalho em clima animado

 

Criação de um ambiente de aprendizado de pessoas

Ambientes que valorizam o erro como parte do aprendizado, promovem o compartilhamento de conhecimento e reconhecem o esforço contínuo são fundamentais para uma cultura de inovação.

Prática recomendada: Empresas como a Amazon criaram “Career Choice Programs”, onde funcionários podem estudar em áreas de alta demanda com apoio financeiro da empresa.

 

A cultura organizacional e a IA

A cultura organizacional precisa estar preparada para abraçar a IA. Isso inclui uma liderança engajada, comunicação transparente e inclusão dos colaboradores nas decisões sobre novas tecnologias.

Em culturas que promovem a inovação, a IA é vista como aliada e não como ameaça.

Empresas como a Gupy e a Revelo, por exemplo, já utilizam IA para otimizar recrutamento e seleção. Outras, como a IBM e a Microsoft, investem fortemente em requalificação.

A AT&T destinou mais de US$ 1 bilhão para requalificar seus colaboradores, enquanto o Bradesco criou uma universidade corporativa focada em transformação digital.

 

Estudos de caso

Claro que a transição não está isenta de desafios. Muitas empresas enfrentam resistência interna, custos elevados para treinamento e escassez de talentos em áreas emergentes.

Por outro lado, os ganhos em produtividade, inovação e redução de erros representam uma grande oportunidade.

 

mulher jovem ruiva olhando para o lado com obra de arte atrás

 

Desafios e oportunidades

As tendências futuras apontam para o crescimento do trabalho remoto com o apoio da IA, surgimento de novas profissões (como engenheiro de IA ética, especialista em realidade aumentada, gerente de bem-estar organizacional, etc.) e a exigência de fluência digital em todas as áreas.

Neste cenário, a IA passará a atuar lado a lado com os profissionais, como uma colaboradora digital, uma ferramenta poderosa, que pode impulsionar muitas oportunidades.

 

 

O futuro do trabalho

Contudo, esse cenário também exige atenção ética. Os algoritmos podem reproduzir vieses, o monitoramento de desempenho pode ser excessivo e a substituição de trabalhadores precisa ser feita com responsabilidade.

Desta forma, cabe às empresas garantir inclusão, transparência e acesso à capacitação.

 

mão robótica cumprimentando com soquinho mão humana

 

Considerações éticas

A Inteligência Artificial representa um divisor de águas para o mercado de trabalho, oferecendo oportunidades imensas, mas também desafios significativos.

O papel do RH é ser protagonista nesta transformação, liderando com empatia, planejamento estratégico e foco no desenvolvimento humano.

Com isso, programas bem estruturados de requalificação, apoio psicológico, incentivo ao aprendizado contínuo e uma cultura organizacional adaptativa, permitirá que as empresas possam não apenas sobreviver à era da IA, mas prosperar com ela.

 


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Conclusão

A Inteligência Artificial representa um divisor de águas para o mercado de trabalho, oferecendo oportunidades imensas, mas também desafios significativos.

O papel do RH é ser protagonista nesta transformação, liderando com empatia, planejamento estratégico e foco no desenvolvimento humano.

Com programas bem estruturados de requalificação, apoio psicológico, incentivo ao aprendizado contínuo e uma cultura organizacional adaptativa, as empresas poderão não apenas sobreviver à era da IA, mas prosperar com ela.

A chave está em preparar pessoas para trabalhar com a tecnologia — e não contra ela. O futuro do trabalho será híbrido: humano e digital, onde o sucesso dependerá de como empresas e colaboradores se adaptam juntos à nova realidade.

Profissões desaparecerão, mas muitas outras surgirão. O diferencial será a capacidade de aprender, se adaptar e colaborar com as máquinas, sem perder aquilo que nos torna únicos: a humanidade.

 


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