O Inferno de Douglas
São 7h30 da manhã e Douglas acaba de chegar à empresa onde trabalha, há seis anos. No ramo de transportes, como head de RH, sendo responsável pela gestão de cerca de 2 mil colaboradores.
Depois de um café da manhã apressado, visto as inúmeras tarefas que o aguardam no dia de fechamento, mais uma vez, ele passa voando. Novamente, Douglas está sem tempo sequer para esboçar aos colegas aquele simpático e costumeiro sorriso diário.
O dia 20 logo se inicia e Douglas precisa realizar o fechamento mensal das horas e enviar para o sistema de folha de pagamento. Para isso, precisa se certificar de que todas as informações estejam no sistema e os supervisores as tenham validado.
Boa parte do trabalho, neste momento, é manual, como, acessar determinados relatórios do sistema em busca de falta de registro por esquecimento ou por falha no sistema. Afinal, se isso ocorrer, o colaborador deixa de receber da forma correta.
Como esse processo, normalmente, é iniciado bem antes da data-limite do real fechamento do ponto, tudo precisa estar de acordo para que os dados sejam enviados para processamento em folha.
Só então, o holerite dos funcionários, por fim, pode ser gerado. Depois de muitas horas nesse processo, Douglas está esgotado e só quer descansar.
O Céu de Izabella
Do outro lado da cidade, Izabella, que é head de RH há três anos de uma grande empresa do ramo de transportes, chega ao trabalho tranquila e, sorridente, cumprimenta e conversa com alguns colegas que estão no caminho até sua sala. Nesse dia, Izabella tem a tarefa principal de acompanhar o fechamento do ponto de, aproximadamente, 20 mil colaboradores.
O software de gestão de pessoas que Izabella usa funciona em nuvens, e consegue se comunicar a todo o momento com centenas de relógios de ponto, permitindo que ela monitore, em tempo real, a qualquer hora e lugar, toda a movimentação dos colaboradores.
Na verdade, Izabella dedica seu tempo utilizando software de gestão de pessoas e analisando os relatórios e gráficos, diariamente, para atuar na melhora do ambiente corporativo, no engajamento e aperfeiçoamento dos colaboradores, focando toda a sua experiência como profissional de Recursos Humanos diretamente nas pessoas.
Assim, Izabella consegue contribuir para o desenvolvimento da empresa como um todo.
O Purgatório
Muitas vezes, pecamos pela falta de informação. Outras vezes, pelo desinteresse em buscar por outras possibilidades de fazer as coisas de maneira mais eficaz. Eis que o tempo de sofrer acabou, e viver nas nuvens passou a ser o destino de todas as empresas.
Não se trata de uma luta do bem contra o mal, mas apenas da chegada de uma nova Era, onde os modelos, que um dia já foram o céu, hoje mais se parecem com o inferno para uma geração de profissionais de RH que não têm tempo a perder com processos burocráticos e dedicam toda sua energia às pessoas.
No final, viver no inferno ou no céu é apenas uma questão de escolha.
Publicado, originalmente, na Revista Melhor
Este conteúdo foi desenvolvido pelo núcleo de comunicação da iFractal, com base na experiência, informações e pesquisas nas áreas de Recursos Humanos e Tecnologia da Informação, sob a supervisão editorial de Caio Carraro Gomes da Costa. O compartilhamento deste conteúdo é livre, desde que citada a fonte e que não seja alterado, manipulado ou reeditado. As opiniões das entrevistas são de responsabilidade de seus autores e não refletem, necessariamente, a posição da iFractal.